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| Foto: Instagram @linkinpark / Divulgação |
Simpatia da banda, chá revelação e hits levaram à loucura o público já animado antes mesmo do show; desníveis e falhas no som prejudicaram parte da experiência na pista premium
Quando o Linkin Park anunciou sua volta em setembro de 2024, muitas expectativas e até mesmo incertezas pairaram sobre a banda. A resposta, entretanto, foi rápida e certeira: um novo álbum logo de cara, From Zero, e uma mulher nos vocais — não como substituta do falecido Chester Bennington, mas como a voz de uma nova era para uma das maiores bandas do início dos anos 2000.
Emily Armstrong mostrou personalidade e deu de ombros para as críticas um tanto machistas daqueles que tentaram desmerecer sua presença apenas por ser mulher. O apoio dos fãs veio em peso e abafou quem ainda insistia em comparações com Bennington. Ela impôs seu estilo, tanto nas músicas antigas quanto nas novas, e o casamento com tudo o que envolve o grupo foi selado. Tínhamos, definitivamente, um novo Linkin Park.
Com o From Zero também veio a turnê homônima. A banda rodou o mundo, levando a nostalgia do passado e a intensidade do presente a estádios lotados — inclusive em São Paulo, onde gravou um DVD em 2025. Um ano depois, o Linkin Park retornou à capital paulista e tocou para cerca de 70 mil pessoas no estádio do Morumbi, neste sábado (8).
O show fez parte de uma nova fase da turnê e reforçou ainda mais a identidade atual do grupo. Se no ano passado apenas quatro músicas do From Zero foram apresentadas ao vivo, desta vez o álbum dobrou sua presença no setlist, com oito faixas que se encaixaram perfeitamente entre os clássicos da era Bennington.
Tal feito deve continuar se expandindo à medida que o Linkin Park lançar novos trabalhos — não em substituição ao passado, mas como continuidade natural da própria história.
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| Foto: Instagram @linkinpark / Divulgação |
Dividido em atos, o show foi um espetáculo de emoção e energia
Com duas horas de duração, a apresentação foi dividida em atos e trouxe destaques individuais em diferentes momentos. Entre “Somewhere I Belong” e “The Emptiness Machine”, o primeiro ato mesclou bem emoção e peso nas guitarras.
No segundo, vieram os momentos solo, como o dueto entre o DJ Joe Hahn e o baterista Colin Brittain, e a performance de Mike Shinoda com “Where’d You Go”, do projeto Fort Minor. Muito emocionado, Shinoda exibiu seu carisma ao se dirigir até a grade, onde conversou e trocou o boné com uma garotinha nos ombros da mãe — um gesto simples que arrancou aplausos do estádio.
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| Foto: Instagram @linkinpark / Divulgação |
O terceiro ato, mais curto, não deixou de ser marcante. Começou com uma versão acústica e encurtada de “Lost”, com Shinoda ao piano, seguida pela balada “What I’ve Done”, que viralizou ainda mais nos últimos anos ao ser usada em cenas de encerramento de filmes. O meme, claro, foi levado aos shows: durante o refrão, cartazes com os dizeres “Directed by Michael Bay” surgiram entre o público.
Emily domina o palco e protagoniza momento inusitado
Emily foi o destaque do quarto e último ato. Mostrou todo o seu potencial em “Overflow”, conversou com o público antes de “Over Each Other” e, atendendo a um pedido, incentivou o uso de sinalizadores. Foi ovacionada, com seu nome ecoando por todo o estádio.
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| Foto: Instagram @linkinpark / Divulgação |
Em um momento de pura simpatia, ela e Shinoda protagonizaram um chá revelação no palco. Uma fã grávida exibiu um cartaz pedindo que a banda revelasse o sexo do bebê. Emily abriu o envelope, pediu para Colin “rufar os tambores” e anunciou, com um sorriso:
— “É uma garota, parabéns!”
O Morumbi veio abaixo no final do ato, embalado por “In the End”, quando a garoa apertou e o público pulou ainda mais, e “Faint”, que deixou a com pista luzes, sinalizadores e moshpits — as tradicionais rodas de bate-cabeça.
O encore manteve a intensidade e encerrou a noite com “Papercut”, “Heavy Is the Crown” e “Bleed It Out”, deixando a plateia com o gostinho de quero mais.
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| Foto: Instagram @linkinpark / Divulgação |
Estrutura impediu uma experiência melhor
Apesar do show vibrante, parte do público foi prejudicada pela estrutura montada na pista premium. O setor destinado ao fã-clube, localizado em um nível mais alto, acabou bloqueando a visão de quem comprou ingresso para a premium comum.
Durante o show, era possível ver muitas pessoas andando de um lado para o outro em busca de uma posição melhor. Os desníveis no piso também dificultaram os pulos e moshpits, impedindo que o setor tivesse a catarse esperada.
Outro ponto negativo foi o som baixo nas três primeiras músicas, especialmente nos microfones de Emily e Shinoda, que apresentaram pequenas falhas perceptíveis durante as conversas com o público.
Poppy aquece o público
Escalada para abrir os shows do Linkin Park, Poppy — que mistura metal e pop eletrônico — mostrou personalidade diante da plateia gigante. Em cerca de 35 minutos, conversou, gritou “São Paulo!” várias vezes e percorreu todo o palco, reforçando sua presença e energia.
Sua voz potente e atitude fizeram jus à escolha dos donos da noite, servindo como um belo aquecimento para o público que presenciou uma das apresentações mais marcantes do ano. Poppy se confirma como uma das principais promessas do metal feminino contemporâneo.
SETLIST POPPY
1 - have you had enough?
2 - BLOODMONEY
3 - V.A.N
(Bad Omens cover)
4 - Anything Like Me
5 - crystallized
6 - Scary Mask
7 - Concrete
8 - new way out
SETLIST LINKIN PARK
Act I
Somewhere I Belong
Lying From You
Up From the Bottom
New Divide
The Emptiness Machine
Act II
The Catalyst
(shortened (no third chorus/breakdown))
Burn It Down
Cut the Bridge
Where'd You Go
(Fort Minor cover)
Waiting for the End
Lies Greed Misery
Two Faced
(w/ Joe Hahn intro; ext. bridge)
Joe Hahn Solo
(w/ Colin)
When They Come for Me / Remember the Name
IGYEIH
One Step Closer
(with Poppy)
Act III
Break/Collapse
Lost
Good Things Go
What I've Done
Act IV
Kintsugi
Overflow
Numb
Over Each Other
In the End
Faint
Encore:
Papercut
Heavy Is the Crown
Bleed It Out





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