O Eternauta revive o espírito de luta coletiva em ficção latino-americana

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 Adaptação da Netflix conquistou muito mais que apenas o publico Argentino

“O Eternauta” é mais um lançamento da Netflix que rapidamente se tornou um fenômeno mundial. Baseada no HQ homônimo e ambientada em Buenos Aires, na Argentina, a série traz uma história um tanto quanto intrigante. O que parecia apenas mais uma reunião de amigos para mais algumas partidas de truco, acaba se transformando em um desafio ao desconhecido que só poderá ser enfrentado com união, deixando divergências e diferenças de lado.

Diferente do que estamos acostumados nas séries norte-americanas, que sempre apelam para o envolvimento máximo do complexo militar estadunidense, “O Eternauta” traz uma outra visão de enfrentamento ao “estranho”, e nos alerta para uma reflexão importante sobre o espirito de luta coletiva, vindo a calhar inclusive com o atual momento argentino, afundado em individualismo.

Depois de algo semelhante a uma nevasca fora de época tomar os céus de Buenos Aires, 4 amigos se encontram presos dentro de casa e presenciam cenas estranhas pela janela. Sem entenderem muito bem o que está acontecendo, um deles decide sair, mesmo contra a vontade dos demais. É quando eles finalmente veem que estão enfrentando uma ameaça desconhecida e que precisarão se unir para primeiro entender o que os espera lá fora, e como enfrentar um inimigo invisível.

Entre esses parceiros de truco esta Juan Salvo, interpretado pelo brilhante e mundialmente conhecido Ricardo Darin (o Segredo dos seus olhos e Argentina 1985), que precisará encontrar sua filha em algum lugar da cidade. A medida que os capítulos evoluem, a série entrega novas surpresas e acontecimentos inesperados, mesclando ficção e espírito de sobrevivência coletiva.

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O autor, Héctor Germán Oesterheld, publicou pela primeira vez “El Eternauta” em 1957, e novamente um remake em 1969, já durante a ditadura militar argentina e quando se juntou a um grupo guerrilheiro chamado Montoneros. Germán desapareceu em 1977, enquanto escrevia a sequência da série. O histórico faz com que tracemos um forte paralelo entre a distopia e aquela que foi considerada uma das mais violentas ditaduras da América do Sul, fazendo da série uma agradável surpresa fora dos estereótipos cansativos já mencionados.

“O Eternauta” foi renovado para uma segunda temporada, ainda sem data de estreia, mas já confirmada por Ricardo Dárin ao jornal argentino Lá Nacion. Agora é aguardar a conclusão das filmagens e, enquanto isso, ler a história em quadrinhos original que está voltando às livrarias brasileiras após a série ter despertado a curiosidade do público do mundo todo com seu sucesso.

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