![]() |
Divulgação |
Lançado em 1991, o disco transformou o rock, influenciou novas gerações de artistas e levou a estética grunge das ruas às passarelas
No dia 24 de setembro de 1991, o Nirvana lançava "Nevermind", álbum que se tornaria um dos maiores marcos da história do rock. O impacto no mundo foi tanto, que o disco representou uma mudança não só comercial, mas também cultural. Isso porque ele marcou a ascensão do rock alternativo, antes restrito a rádios universitárias, para o universo do "mainstream".
Produzido por Butch Vig e lançado pela DGC, o disco não apenas apresentou Dave Grohl como novo baterista da banda, mas também levou o grunge de Seattle ao topo das paradas. Em 11 janeiro de 1992, apenas quatro meses após seu lançamento, "Nevermind" chegou ao primeiro lugar da Billboard 200, superando "Dangerous", de Michael Jackson, que ocupava o posto havia algum tempo e cujo hit "Black or White" tomava de conta do mundo.
De um lançamento projetado para vender modestos 250 mil exemplares, o álbum ultrapassou a marca de 30 milhões de cópias em todo o mundo, sendo mais de 11,5 milhões apenas nos Estados Unidos, onde recebeu a certificação de diamante da RIAA.
Até hoje, permanece ativo nas listas: em dezembro de 2024, o álbum atingiu a marca de 700 semanas na Billboard 200, um feito raríssimo. Na ocasião, o disco estava na posição 120 ao lado de Hybrid Theory, do Linkin Park.
![]() |
Divulgação |
Mundo da música renovado
O impacto de Nevermind no cenário musical foi profundo e duradouro. Ao unir distorções pesadas a melodias acessíveis, o Nirvana abriu espaço para uma nova sonoridade, transformando o grunge em fenômeno global. A explosão de “Smells Like Teen Spirit” virou o hino de uma geração e colocou o rock alternativo em evidência, inspirando não apenas bandas da mesma cena, como Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains, mas também grupos formados décadas depois.
A brasileira Maré Tardia e a norte-americana The Pretty Reckless, por exemplo, já citaram o Nirvana como influência direta em seus trabalhos, mostrando como a energia crua e a melancolia presentes em "Nevermind" seguem dialogando com jovens artistas em pleno século 21. Mais do que um sucesso comercial, o disco se consolidou como ponto de virada cultural: depois dele, o rock nunca mais seria o mesmo.
Influência na moda
Mas o alcance de Nevermind foi além da música. A estética de Kurt Cobain, marcada por camisas de flanela, camisetas surradas, cardigãs largos, jeans rasgados e tênis Converse, acabou virando um estilo próprio. Sem querer, o vocalista ditou moda ao adotar um visual de brechó que contrastava com o glamour e o exagero do rock dos anos 80. Esse “anti-fashion”, que inicialmente representava apenas desinteresse pela aparência, foi absorvido pela cultura jovem e logo alcançou as passarelas, sendo reinterpretado por estilistas como Marc Jacobs e Anna Sui nos anos 1990. Hoje, elementos desse visual continuam vivos no streetwear e nas tendências de moda urbana, mostrando que a rebeldia estética de Cobain permanece como referência de autenticidade e identidade.
Trinta e quatro anos após seu lançamento, Nevermind continua a ser celebrado não apenas como um álbum de enorme sucesso comercial, mas como um divisor de águas capaz de moldar comportamentos, inspirar artistas e transformar a cultura em múltiplas dimensões. Mais do que música, ele foi — e ainda é — um movimento.
![]() |
Divulgação |
0 Comentários