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Green Day se apresenta em Curitiba |
"Church on Sunday", clássica faixa do álbum Warning, estreou na turnê
O Green Day fez o dever de casa e encerrou sua passagem pelo Brasil com um show potente em Curitiba, embora sem grandes novidades. O setlist seguiu praticamente o mesmo das demais apresentações pela América Latina, com exceção das faixas-surpresa — recurso também presente em outros países da turnê.
Se Chile e Peru receberam “Haushinka” e “Redundant”, respectivamente, Curitiba foi presenteada com “Church on Sunday”, do álbum Warning (2000). Outra canção que entrou no repertório, mas já havia aparecido antes, foi “Revolution Radio”, marcando as únicas diferenças em relação à apresentação no The Town, em São Paulo.
Apesar dessas duas adições, o show na capital paranaense teve a mesma duração da data paulista: 1h40. Se em São Paulo Billie Joe aproveitou a Independência do Brasil para reforçar seus discursos políticos em meio às letras críticas, em Curitiba o vocalista foi mais direto, interagindo menos nesse sentido.
Com mais de 30 mil pessoas na Arena da Baixada, o Green Day subiu ao palco pouco depois das 21h, após “Bohemian Rhapsody”, do Queen, e “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones, para abrir com a já tradicional “American Idiot”, antecedida por uma introdução que mesclava “The Beautiful People”, “The Imperial March” e “We Will Rock You”.
A sequência manteve a ordem já conhecida pelos fãs mais atentos: “Holiday”, “Know Your Enemy” (com fã no palco), “Boulevard of Broken Dreams” e “One Eyed Bastard”. As novidades vieram logo depois, junto de um problema estrutural da noite: em “Revolution Radio” os telões permaneceram desligados devido a falhas técnicas anteriores.
Outro ponto negativo, percebido desde a entrada na Arena, foi o palco extremamente baixo, que comprometeu a visão até de quem estava relativamente próximo à grade. A acústica do espaço também gerou reclamações, especialmente das cadeiras e arquibancadas, onde o som chegava fraco.
A apresentação seguiu com sucessos de diferentes fases da carreira: “Longview”, “Welcome to Paradise”, “St. Jimmy”, “Dilemma”, “21 Guns” e “Minority”. No entanto, enquanto a banda mantinha uma performance impecável, a resposta do público era tímida. Saltos e coros surgiam apenas em momentos específicos, como quando Billie Joe convocava todos a cantar “welcome to paradise” ao fim do refrão.
Outra situação perceptível foi a demora nas respostas da plateia às interações do vocalista. Quando perguntou em português “vocês estão prontos?”, a reação foi lenta e pouco empolgada.
Já nos momentos finais, a apoteótica “Jesus of Suburbia”, com seus 10 minutos intensos e cheios de variações, mostrou por que o Green Day segue como uma das melhores bandas ao vivo. “Bobby Sox” antecedeu o já conhecido encerramento com “Good Riddance (Time of Your Life)”, apenas com Billie Joe no violão.
Abertura com Bad Nerves
O Bad Nerves foi responsável por abrir o show em Curitiba e cumpriu bem o papel. A banda fez uma apresentação direta, sem enrolação, com um rock cru digno de garagem.
Entretanto, sofreu com problemas de som nas primeiras músicas: áudio estourado e falhas que impediam de ouvir a voz do vocalista Bobby Bird.
Bird, no entanto, conquistou o público ao falar português fluentemente em suas interações. Em um dos diálogos, revelou o motivo: “minha mulher é brasileira”, contou.
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Bad Nerves abre para o Green Day em Curitiba |
Formada em Londres, a banda já declarou influências de Ramones e The Strokes, sendo classificada por Billie Joe Armstrong como “a melhor banda nova da Inglaterra no momento”. Além de Bobby, o grupo conta com William Phillipson (guitarra), George Berry (guitarra), Jonathan Poulton (baixo) e Samuel Thompson (bateria).
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