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Capital Inicial no palco do The Town |
Apresentação no feriado de 7 de setembro misturou clássicos, discurso político e energia punk no palco principal do festival
O Capital Inicial abriu o palco principal do The Town neste domingo (7) com um show digno de suas raízes: muito engajamento político e hits de sucesso. Fundada em 1982, em plena ditadura, a banda sempre foi uma voz no rock nacional contra o autoritarismo, e desta vez não foi diferente.
Aproveitando o time perfeito, o feriado da Independência do Brasil, marcado por manifestações, Dinho Ouro Preto usou sua voz para protestar contra o projeto que visa anistiar aqueles que tentaram um golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
A abertura ficou por conta de "Psicopata", logo emendada por "Saquear Brasília", a única música mais recente a estar presente no set, mas que combinou com a proposta política da banda para apresentação cheia de manifestos.
O primeiro discurso veio antes "Independência", terceira música do setlist e que foi dedicada aos brasileiros em relação ao 7 de Setembro. "Salve a independência do Brasil. Viva a democracia", disse o vocalista. "As pessoas acham que o show só acontece aqui em cima, mas ele também acontece aí embaixo. O que a gente ouve aqui do palco faz o sangue ferver, bombar uma dose surreal de adrenalina", completou.
"Veraneio Vascaína", canção da extinta banda Aborto Elétrico com forte mensagem sobre e repressão da polícia militar durante a Ditadura, fechou o início totalmente punk do show, mostrando que o Capital segue afiado e que sabe mobilizar seu público, mesmo em um festival.
A partir daí a banda partiu para seu lado mais pop emplacando vários hits da carreira, como "Música urbana", "Olhos vermelhos", "Primeiros erros (Chove)", de Kiko Zambianchi, e "Fátima". No meio de tudo isso, Dinho ainda lamentou o cancelamento do Sex Pistols e reviveu seu lado nostálgico do punk rock com o cover de "Should I Stay or Should I Go", do The Clash.
Aproveitando a "rebeldia" que havia voltado a tomar conta do ambiente, o frontman atacou a PEC da impunidade que visa proteger políticos de investigações antes de "Que País é esse", da Legião Urbana. "Essa música é sobre a pobreza e a violência no nosso país, sobre a PEC da impunidade que eles estão querendo aprovar no Congresso, os nobres deputados engravatados", discursou.
As populares "Natasha" e "À sua maneira" mantiveram o público conectado com a banda, que assim encerrou o show em clima politizado.
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