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Bad Religion no The Town 2025 |
Banda mostrou a força do punk rock com letras afiadas e críticas sociais
O Bad Religion desembarcou no The Town como uma surpresa de peso ao substituir o Sex Pistols, que cancelou a vinda após recomendações médicas ao vocalista Frank Carter, lesionado no punho.
Apesar da entrada repentina, havia curiosidade em torno do setlist, já que a banda formada em San Fernando Valley, nos arredores de Los Angeles, estava em pausa antes de ser convocada para o festival. “Há uma semana estávamos de férias, mas essas são férias diferentes”, brincou Greg Graffin no início do show.
Com mais de quatro décadas de estrada e forte conexão com o público brasileiro, o Bad Religion mostrou segurança e até citou o feriado de Independência do Brasil, estabelecendo sintonia imediata.
O repertório percorreu diversas fases da carreira e começou com “Recipe for Hate”, que denuncia como ideias tidas como positivas — progresso, cultura, sufrágio — podem ser distorcidas para justificar exclusão e intolerância. Na sequência, vieram “Supersonic”, “You Are (the Government)”, “Candidate” e a clássica “No Control”. Foi uma verdadeira aula de punk rock: 24 músicas em apenas 60 minutos, executadas sem pausas, diretas ao ponto.
Vale lembrar que Greg Graffin, além de vocalista, é doutor em zoologia e já deu aulas de Ciência na Universidade da Califórnia (UCLA). No palco do The Town, sua missão foi a mesma de sempre: revisitar clássicos e questionar o sonho americano com letras provocadoras.
Entre os momentos mais marcantes estiveram “Fuck Armageddon... This Is Hell”, “Atomic Garden”, “Generator”, “You”, “21st Century (Digital Boy)”, “Infected” e “American Jesus”, que encerrou a apresentação criticando o nacionalismo religioso dos Estados Unidos e a crença no país como portador exclusivo de uma bênção divina. Assim, o grupo reafirmou seu papel histórico de confrontar mitos e ilusões que sustentam o sonho americano.
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