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O Oscar está chegando, e esse promete ser o mais especial pra nós
Esse ano nós brasileiros temos motivos especiais para esperar a cerimônia da maior premiação do cinema mundial, três grandes motivos para ser mais especifico. Marcado para 02 de março, em pleno domingo de carnaval, o Brasil chega à premiação com 3 indicações pelo filme "Ainda estou aqui", do diretor Walter Salles.
O longa, que conta a perseguição e desaparecimento do deputado Rubens Paiva, durante a Ditadura Militar (1964-1985), e a busca incessante de sua esposa Eunice Paiva por respostas, concorre como "Melhor Filme Internacional" (categoria que o Brasil já foi indicado 4 vezes); "Melhor Atriz", que Fernanda Torres concorre 26 anos após sua mãe perder (injustamente) por Central do Brasil; e a inédita indicação na categoria de mais prestigio da noite, "Melhor Filme". O Brasil chegou a ser indicado nesta categoria em 1986 por "O Beijo da Mulher Aranha", mas o filme era uma produção Américo-Brasileiro e não levou. Dessa vez, um filme 100% nacional, produzido no Brasil e dirigido por um dos maiores cineastas desde dos anos 1990, concorrerá na categoria.
Mas não será uma parada fácil para o Brasil em nenhuma das categorias. Em "Filme Internacional", enfrentaremos o favorito "Emilia Perez", que levou os prêmios Globo de Ouro e Bafta. Apesar de diversas polêmicas que envolvem sua protagonista, a atriz espanhola Karla Sofía Gascón, o filme segue sendo o favorito na categoria.
Fernanda Torres repete o feito da sua mãe que em 1999 concorreu por Central do Brasil (também de Walter Salles), mas foi superada por Gwyneth Paltrow, que levou por "Shakespeare Apaixonado" em uma premiação no mínimo controversa. Além de Torres, Demi Moore concorre pelo instigante "A Sustância", Mike Madson por "Anora" e a própria Karla Sofía Gascón, que ainda é vista como nome forte, apesar das polêmicas geradas a partir de tuítes antigos seus com conteúdos racistas e transfobicos.
Já em "Melhor Filme", "Ainda estou aqui" é visto como azarão e o prêmio deve ficar entre "Conclave" ou "Brutalista", os grandes favoritos. Vale lembrar que, em toda a história do Oscar, somente o sul-coreano Parasita, em 2020, conseguiu levar o prêmio principal não sendo um filme de língua inglesa.
As derrotas no Globo de Ouro, Bafta e a não indicação no Critics Choice Awards, deixaram "Ainda estou aqui" com chances mais remotas de vencer em alguma das duas categorias que concorre. Entretanto, Fernanda Torres vem como um dos nomes mais fortes por ter vencido o Globo de Ouro por "Melhor atriz" em filme de drama e travará uma “briga” interessante com Demi Moore, vencedora do Globo de Ouro, também de "Melhor atriz", em filme de comédia ou musical por "A Substância". Agora elas se enfrentam diretamente, com Mike Madson, pela sua atuação brilhante em "Anora", reconhecida no BAFTA, e Karla Sofia Cascón.
Além das indicações e prêmios recebidos, "Ainda estou aqui" teve um impacto que talvez os próprios envolvidos na produção, atores e diretor não esperassem. Sua primeira conquista foi levantar novamente debates por todo o País sobre anistia de militares envolvidos em crimes durante o período da ditadura e o papel do Estado na opressão de opositores.
"Ainda estou aqui" já é um grande vencedor e Fernanda Torres nos representará de forma brilhante. Podemos esperar uma noite inesquecível para o cinema brasileiro, tão pouco reconhecido mundialmente, mas com tantas e tantas obras extraordinárias. Nós da Jam Musical estaremos na torcida e acompanharemos as premiações com post e notícias atualizadas.
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