Hema ahu [Teia de aranha com orvalho pela manhã]
A memória oral, a cosmogonia e as tradições ancestrais do povo yanomami da comunidade do artista, na Amazônia venezuelana, são traduzidas nos 48 trabalhos da mostra
O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a mostra "Sheroanawe Hakihiiwe: tudo isso somos nós". SãoS 48 desenhos, monotipos e pinturas que resgatam tradições ancestrais, a memória oral e os saberes cosmológicos da comunidade yanomami do artista venezuelano, localizada no município de Alto Orinoco, na Amazônia do país vizinho. A exposição ocupa a galeria localizada no primeiro subsolo do museu, e fica em cartaz de 30 de junho a 24 de setembro de 2023.
Sheroanawe Hakihiiwe (Sheroana, Alto Orinoco, Amazônia venezuelana, 1971) é um artista visual yanomami, que atualmente vive em Mahekoto Teri, também em Alto Orinoco. Hakihiiwe começou a produzir na década de 1990, depois de seu encontro com a artista mexicana Laura Anderson Barbata. Juntos, desenvolveram uma técnica de produção de papel com fibras vegetais nativas – material que o artista utiliza como suporte para seus desenhos. Desde então, o artista passou a desenvolver desenhos mínimos e delicados, com padrões e símbolos coloridos e texturizados sobre a vasta e intensa relação que sua comunidade tem com a paisagem, sendo sua obra uma revisão contemporânea da cosmogonia e do imaginário yanomami.
“O trabalho que faço nestes papéis é próximo de todo o universo que conheço com a uriji [floresta], que vejo quando ando por ela acompanhado das pessoas da comunidade e da família. As diferentes fontes das tintas que usamos para fazer os pigmentos. Também conheço os animais e as plantas, seus rastros e como se movem na floresta. O shapori [xamã] fala comigo e me conta sobre as coisas, animais falam por meio dos xamãs, os espíritos nos ajudam”, conta Sheroanawe Hakihiiwe.
"Sheroanawe Hakihiiwe: tudo isso somos nós" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias indígenas. Este ano a programação também inclui mostras de Carmézia Emiliano, MAHKU, Paul Gauguin, Melissa Cody, além do comodato MASP Landmann de cerâmicas e metais pré-colombianos e a grande coletiva Histórias indígenas.
SERVIÇO
Sheroanawe Hakihiiwe: tudo isso somos nós
Curadoria: André Mesquita, curador, MASP, e David Ribeiro, assistente curatorial, MASP
1° subsolo (galeria)
30.6 — 24.9.2023
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis Bradesco, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Agendamento on-line obrigatório por este link
Ingressos: R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada)
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