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Capa do "72 Seasons" / Divulgação |
Cheio de referências, novo álbum tem grande participação de todos os integrantes da banda
Se renovar conforme os anos passam, esse é um dos grandes desafios de todas as bandas, ainda mais quando se tem mais de 40 anos de estrada, como o Metallica. Mas, se renovar significa mudança no estilo e arriscar novos ares, ou está relacionado com preservar o que tem feito, dando fôlego a uma carreira sólida? A resposta é as duas opções, e o Metallica optou pela segunda. E fez isso muito bem em "72 Seasons".
A banda se renova em grande estilo com seu novo álbum de estúdio, lançado na última sexta-feira (14), pela própria gravadora do grupo, a Blackened Recordings. Ao todo, são 12 faixas que trazem características de todas as fases dos 42 anos de carreira, como riffs pesados, solos longos e intensidade, um prato cheio para os mais saudosistas. Em meio a tudo isso, os demônios do vocalista James Hetfield também marcam presença.
Na lista de um dos discos mais longos do Metallica (1 hora e 17 minutos), "72 Seasons" foi gravado "sem nenhuma briga" entre os integrantes, segundo o baterista Lars Ulrich. Esse fator, algo nunca ocorrido antes, garantiu uma maior participação de todos na produção, com leveza e alegria, o que permitiu ao Metallica ser Metallica.
“Acho que agora nós somos mais gratos e respeitosos e nos amamos de uma maneira diferente. Nós sempre nos amamos e cuidamos uns dos outros, mas acho que agora nós protegemos essas relações porque queremos ter certeza que elas vão se manter através de cada experiência que tivermos e que vamos passar por tudo isso intactos. Acho que a meta é essa,” comentou Ulrich em entrevista de divulgação do novo trabalho.
"72 Seasosn" começa avassalador com a faixa que dá nome ao disco. Já na introdução, de 1 minuto e 35 segundos, se faz presente a colaboração de todos. A faixa é seguida por "Shadows Follow" e "Screaming Suicide", que possui um dos riff mais poderosos do disco e que, segundo o guitarrista Kirk Hammet, traz influências do rock dos anos 1970 e 1980.
As 3 músicas iniciais contam fortemente com características do último álbum da banda, “Hardwired… to Self-Destruct”, de 2016, produzido por Greg Fidelman, e que também participou do processo de construção de "72 Seasons".
O disco segue cheio de referências do próprio grupo, mas também daqueles que influenciaram o quarteto, como Black Sabbath, em “Inamorata", e Motörhead, em “Lux Æterna", uma das mais difíceis de tocar no baixo, de acordo com Robert Trujillo.
Outros elementos que marcaram a carreira da banda foram os problemas pessoais de James Hetfield nas letras das canções, e isso não poderia ficar de fora agora. Seus demônios e sua luta constante contra vícios e tentações são escancarados em “If Darkness Had a Son”. O vocalista vai fundo nos apelos para se ver livre de tudo que o incomoda. "Se a escuridão teve um filho, aqui estou eu, Tentação é o seu pai, Eu tomo banho em água benta, Tentação, me deixe em paz", suplica Hetfield.
No fechamento do álbum, a já mencionada "Inamorata" traz uma nova marca para o Metallica: a música é primeira da banda com 11 minutos. Ao todo, são 11 minutos e 10 segundos que reforçam a pureza do grupo em "72 Seasons".
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Foto: Instagram (@metallica) |
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