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Capa de "Neon Ballroom" / Divulgação |
Disco marcou mudança na sonoridade do grupo australiano
Profundo. Raivoso. Pesado. Essas são algumas das várias definições que podemos dar a "Neon Ballroom", o terceiro álbum de estúdio do Silverchair, que completa 24 anos. O trabalho marcou uma fase de redescobrimento por parte dos integrantes da banda dentro da música, principalmente pelo vocalista Daniel Johns.
O próprio frontman já revelou que a abordagem usada na produção do disco foi diferente dos dois anteriores, que "foram escritos com a música em segundo lugar - com a escola e tudo mais que os adolescentes passam. Minha mente estava em muitas coisas, e a música era apenas uma delas. Neste álbum, a música era a única coisa que eu estava fazendo e a única coisa em que eu tinha que me concentrar".
"Neon Ballroom" traz uma sonoridade mais distante do grunge visto em "Frogstomp" (1995) e "Freak Show" (1997). O estilo de Seattle marcou presença em “Anthem for the Year 2000” e “Spawn (Again)”, enquanto as demais trouxeram um Silverchair reinventado, como nas baladas “Ana’s Song (Open Fire)” e “Miss You Love”.
As letras pesadas também marcaram o disco e a nova fase da banda. “Anthem for the Year 2000”, por exemplo, desafia e encoraja os jovens a mudarem o futuro, sendo uma resistência ao fascismo. Já “Ana’s Song (Open Fire)” aborda o distúrbio alimentar desenvolvido por Daniel em 1999. "E Ana destrói sua vida/como uma vida de anorexia". Ana é o apelido dado à anorexia nervosa por pessoas afetadas por ela.
Outra causa importante defendida no álbum é a animal. Em “Spawn Again” o Silverchair faz duras críticas à indústria de testes e ao mercado que explora e é responsável por "oito bilhões exterminados por prazer humano". Em “Black Tangled Heart” o grupo ainda arranjou um tempo para falar de amor e vazio, uma marca de jovens adolescentes.
Mas, se Daniel Johns (vocais e guitarra), Ben Gillies (bateria) e Chris Joannou (baixo) queriam deixar para trás a fase da adolescência e entrar na vida adulta, eles conseguiram e fizeram isso com maestria. "Neon Ballroom" segue atual, marcante, digno de trilha sonora dos problemas que nele são abordados e que persistem na sociedade.
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