Alice Cooper faz noite do terror no Parque Ibirapuera durante o Best of Blues and Rock

Foto: Laner Siqueira 

 Aos 77 anos, músico apresentou clássicos da carreira com espetáculo teatral

Alice Cooper encerrou o terceiro dia de Best of Blues and Rock mostrando uma alta performance não apenas no sentido do ao vivo de suas músicas. Aos 77 anos de idade, o artista transformou o Parque Ibirapuera em noite de terror e entregou aos fãs um espetáculo com muita energia e encenação.

Em entrevista coletiva mais cedo, o artista já havia adiantado que os clássicos da carreira e as músicas mais teatrais fariam parte do setlist. E assim foi, o que fez do show de Cooper um dos mais memoráveis da história do festival, que chegou à sua décima segunda edição.

Logo de cara ficou evidente que a apresentação seria de muita entrega no palco. Já na abertura, com um trecho de "Lock Me Up", houve certa teatralidade com o músico rasgando o que seria a capa de um jornal com seus olhos maquiagem e os dizeres "Banned in Brazil!" (Banido no Brasil).

O público, muitos vestidos a caráter,  incluindo a cartola do dono da noite, correspondeu cantando cada hit quase como uma forma de agradecimento pelo set assertivo. "Welcome to the Show", "No More Mr. Nice Guy", "I'm Eighteen" e "Under My Wheels" seguiram com o início potente.

O que já estava bom e digno de uma noite histórica, Cooper tratou de deixar ainda melhor com seu show recheado de encenação. "Billion Dollar Babies" teve Alice com espada de esgrima, mostrando seu lado mais teatral e extravagante.

E o mundo de fantasia e terror de Alice Cooper começou a ser introduzido de vez em "Welcome to My Nightmare", que traz o personagem como um mestre de cerimônias em pesadelo.

Em "Cold Ethyl", de 1975, que fala da relação intima com um cadáver de refrigerador, Cooper se sentiu à vontade para retratar esse amor com uma boneca. Em seguida, foi a vez de Sheryl Cooper, esposa do músico brilhar. Como de costume, ela interpretou em "Go to Hell" uma dançarina que é enforcada por Alice. Já "Poison", uma de suas músicas de maior sucesso, deixou a teatralidade de lado, o que foi compensado com muita luz e o figurino característico do artista.

A atmosfera do Ibirapuera voltou a ficar sombria e perturbadora com "Ballad of Dwight Fry". A performance teatral no palco tratou de mostrar a loucura e a prisão de Dwight Fry, com Alice usando uma camisa de força e sendo "tratado" por um médico.

O terror seguiu com "I Love the Dead", quando Alice foi guilhotinado em uma cena que poderia muito bem ser apresentada no Theatro Municipal. Com muita classe, o artista voltou para o encore com "Feed My Frankenstein", com direito a efeitos especiais e até mesmo um Frankenstein gigante no palco.

Em meio a tanto teatro, ainda houve espaço para um excelente solo de Nita Strauss em "The Black Widow" e cover de um trecho de "Another Brick in the Wall", do Pink Floyd, em "School's Out".

Postar um comentário

0 Comentários