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Reprodução / Instagram |
Cantora usava sua voz para defender o meio ambiente
Voz única no mundo da música, Rita Lee nunca precisou ser tão direta e incisiva para deixar clara suas posições. Foi uma feminista sem fazer uso diretamente do termo - não que isso seja errado - e sem ter a "teoria da coisa", como afirmou em entrevista a Pedro Bial, na Rede Globo. "Eu fui mais de ação. 'A mulher não pode usar calça comprida!'. Hãm? Pode! Eu vou usar. Usava. 'Mulher não pode fazer rock, pra fazer rock tem que ter culhão'. Eu pegava meus ovários e meu útero e ia fazer rock and roll."
Assim era Rita Lee: usava sua arte e seu talento para se manifestar de forma inteligente, sem pedir licença a ninguém, como deve, ou pelo menos deveria ser. E era com essa atitude que a artista dava voz para as minorias e para quem não tem voz, como os animais. "Eu quase nunca saio da minha toca. A causa animal é parte de mim desde sempre. E me envolvo como posso para dar voz aos bichos", contou em uma entrevista.
Vegana, Rita Lee sempre foi uma defensora dos direitos e da liberdade dos animais. Uma das primeiras artistas a se posicionar sobre o tema, a cantora também usou a música para expor os sofrimentos dos bichos diante da exploração do homem. Foi em 2005, durante a transmissão da novela América, da Globo, que ela, em parceria com Chico César, lançou a música "Eu Odeio Rodeio", em uma clara crítica ao tema da trama.
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Reprodução |
Mas nem só na arte de fazer música Rita Lee se dedicou a defender os animais. Assim como na luta contra o machismo, a Rainha do Rock Brasileiro concretizava suas ideias com ações diretas, como no caso de resgates. Após um deles, Rita Lee passou a ter uma jaguatirica que sofria maus-tratos em uma loja. Em outro, a cantora teve de estimação o rato Alex, que sofria com testes em laboratórios. O bichinho rendeu o personagem Dr. Alex, da saga de seus livros infantis que contam a história de um roedor usado para experimentos.
Rita Lee também teve forte relação com uma ursa: a Rowena. Vítima de tráfico de animais, ela foi enviada da Sibéria ao Brasil, e aqui recebeu o nome Marsha. Conhecida como a "ursa mais triste do mundo", Marsha sofreu por décadas em circos e como se não bastasse, por aqui, teve de resistir às altas temperaturas de Teresina, no Piauí, onde vivia num zoológico, até ser transferida para o Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, em Cotia, no interior de São Paulo, em 2018, após ação de ativistas.
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Em 2019, Rita Lee visitou a ursa, rebatizada de Rowena, no lançamento do livro "Amiga Ursa", que conta a história do salvamento do animal. Na época, a ativista Luisa Mell destacou "A Rita tem uma conexão muito especial com os animais. É impressionante".
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